sexta-feira, dezembro 15, 2006

Tectónica titaniana

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No dia 12 de Dezembro a Cassini libertou mais algumas fantásticas imagens da câmera de infravemelhos, VIMS, obtidas durantes as duas aproximações mais recentes a Titã, uma no dia 9 de Outubro, a outra no dia 25 de Outubro, de 2006. Uma visão antecipada da aproximação de dia 25 Outubro tinha sido apresentada nesta contribuição, e apraz-me verificar que os resultados foram tão bons ou melhores do que o antecipado. Esta imagem foi construída combinando resultados dessas duas aproximações, uma que levou a sonda a cerca de 30,000 km deste mundo gelado, a outra que se aproximou a cerca de 12,000 km. A grande estrutura circular próxima do centro parece ser uma cratera de impacto. Abaixo e à esquerda dessa cratera encontram-se vestígios de algo muito interessante, nada mais nada menos que relevos montanhosos. [... ler mais]

As imagens que mostro aqui foram obtidas com filtros sensíveis ao infravermelho, isto é as cores são "falsas", servem para ilustrar diferenças nas propriedades das várias regiões observadas. Foram usados três filtros: 1.3 micrómetros cuja intensidade é colocada em tons de azul, 2 micrómetros em tons de verde, e 5 micrómetros a vermelho.

Eis aqui uma imagem de Titã obtida a cerca de 15,000 km de distância, de uma região que pode ser facilmente identificada na imagem acima. Notem as estrias um pouco acima do canto inferior esquerdo.

Embora eu continue com alguma dificuldade em identificar exactamente o que estou a ver, os cientistas do VIMS dizem tratar-se das cristas de um sistema de cordilheiras, que se ergueram em resultado de um tipo de actividade tectónica, talvez relacionada com o possível impacto que originou a estrutura que parece ser uma cratera. Numa outra imagem desta mesma região vê-se uma faixa brilhante sobre as montanhas.

Segundo os cientistas da Cassini estas coisas brilhantes são nuvens, que se formarão possivelmente quando metano, empurrado pelos ventos, é forçado a subir sobre as montanhas, onde arrefece e condensa.

Montanhas, nuvens, só falta mesmo neve. Ou será que não? Voltarei a estas montanhas, com mais detalhe, na próxima contribuição.

Ficha técnica
Imagens e inspiração para o texto retiradas desta e desta páginas da NASA.

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