quarta-feira, abril 05, 2006

Sais em Marte

Carregue nas setas para navegar ou no rover para ir para o início da série.

No dia 22 de Março chamei aqui a atenção para os problemas do Spirit, que enfrenta a chegada do Inverno Marciano e tem que percorrer cerca de 120 metros até atingir um local adequado para sobreviver a um período de fraca luminosidade, logo fraco fornecimento de energia a partir dos seus painéis solares. Ora nesse mesmo dia 22 de Março de 2006, os rastos do Spirit revelaram a maior extensão de solo brilhante já descoberto durante a missão. [... ler mais]

Este tipo de solo já tinha sido encontrado pelo Spirit noutras ocasiões, a primeira das quais em Janeiro deste ano. Os instrumentos a bordo confirmaram nessas ocasiões que se tratava de solos ricos em sais, em particular sulfatos ricos em ferro. Este tipo de sais concentram-se facilmente em soluções líquidas e podem ser evidência de um passado húmido em Marte. Mas para já as interrogações são ainda muitas. Enquanto os cientistas em Terra procuram a resposta a essa e outras questões, do passado e presente do planeta vermelho, tentam ao mesmo tempo levar o pequeno veículo robotizado a um porto seguro para passar em segurança o Inverno marciano que se aproxima. Como eu tinha descrito na contribuição anterior, o Spirit tem problemas numa das rodas, que deixou de funcionar, e embora a distância de pouco mais de 100 metros pareça curta a progressão do robô é incrivelmente lenta. Infelizmente nos últimos dias o Spirit tentou um caminho que era demasiado íngreme, e a equipa que controla os movimentos do veículo teve que desistir, forçá-lo a recuar, e tentar outro trajecto. Esperemos que desta seja de vez e que o Spirit continue a fazer importantes descobertas a tantos milhões de quilómetros da Terra.

A imagem abaixo mostra uma visão panorâmica dos rastos do Spirit, em que se podem ver as rodas. Creio que a que está com problemas é a da direita.


Ficha técnica
Esta contribuição baseou-se nos relatos das páginas da NASA sobre a missão dos rovers marcianos.

Sem comentários: