É oficial, depois de alguns meses de espera ansiosa, confirmou-se de facto que Plutão tem mesmo pelo menos três luas. Numa contribuição anterior, tinha sido avançada essa possibilidade. Novas observações com o Telescópio Espacial Hubble confirmaram a presença dos dois novos objectos nas posições esperadas.[... ler mais]
Numa tradução livre de parte do primeiro parágrafo do artigo publicado na revista Nature (ref1), por Weaver e colegas,:O primeiro satélite conhecido de Plutão, Caronte, foi descoberto em 1978. Tem um diâmetro (~ 1,200 km) que é metade do de Plutão, o que o torna em relação ao primário maior que qualquer lua do sistema solar. Estudos anteriores em busca de outros satélites em torno de Plutão não encontraram mais nenhum satélite, mas esses estudos não eram sensíveis a objectos com diâmetro inferior a 150 km, não existindo nenhuma razão fundamental para que Plutão não pudesse ter mais satélites. Relatamos aqui a descoberta de duas luas adicionais em torno de Plutão, provisoriamente designadas por S/2005 P 1 (P1 no que se segue) e S/2005 P 2 (apenas P2 daqui por diante), o que faz de Plutão o primeiro corpo da cintura de Kuiper a ter mais de um satélite. Estes novos satélites são muito mais pequenos que Caronte, com estimativas do diâmetro de P1 variando de 60 a 165 km, dependendo da reflectividade da sua superfície, com P2 cerca de 20 por cento mais pequeno que P1.
Ou seja, os resultados que se esperavam foram confirmados. Não deixa de ser impressionante que se consigam distinguir objectos de apenas algumas dezenas de km de diâmetro a uma distância de mais de 4 mil milhões de km. É no entanto preciso notar que Plutão poderá muito em breve ter companhia, um outro objecto de grandes dimensões da cintura de Kuiper, alcunhado de "Pai Natal", possui um satélite confirmado, o "Rudolfo", com a possibilidade de outras "renas" em órbita. E quem sabe, talvez outro dos objectos discutidos numa contribuição anterior, a "Xena", possua também companheiros para a sua lua "Gabrielle". A cintura de Kuiper promete ser um alfobre de sistemas planetários. Um pouco mais adiante:Embora não se possam obter órbitas exactas dos dois corpos, ambos parecem mover-se em órbitas circulares no mesmo plano orbital de Caronte, com períodos orbitais de ~38 dias (P1) e 25 dias (P2).
O facto de se moverem no mesmo plano é importante pois indica que os três satélites de Plutão se terão formado no local, não se tratando de capturas. É mesmo possível que os três satélites se tenham formado de forma semelhante à Lua da Terra, como resultado da colisão de Plutão com um corpo de dimensões semelhantes às suas. O estudo do sistema plutoniano, onde o material expelido durante a colisão se juntou para formar 3 luas e não apenas uma, permitirá perceber melhor a forma como os sistemas de satélites se formam em torno dos planetas. A equipa de investigação planeia novas observações já no início de Março.
Referências
(ref1) Discovery of two new satellites of Pluto. H. A. Weaver et al. (2006), Nature 439, 943-945. Laço DOI.
domingo, fevereiro 26, 2006
As três luas de Plutão
Por CDG laço permanente
Etiquetas: Plutão e Cintura de Kuiper
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