terça-feira, dezembro 19, 2006

A verdade está algures

Notei com alguma surpresa um grande número de visitas ontem e hoje. Ao consultar o contador de visitas notei que vinham todas ao mesmo, procuravam algo peculiar na superfície de Marte. A história habitual de teorias de conspiração, e vestígios estranhos ligados a extraterrestres. A princípio pensei que fosse a velha história da "face" em Cidónia. Mas não, tem tudo a ver com esta fotografia, tirada pelo veículo robotizado Espírito, 513 dias marcianos depois de aterrar na superfície do planeta, que eu aqui emoldurei de acordo com a época natalícia que atravessamos.
Notei com alguma surpresa um grande número de visitas ontem e hoje. Ao consultar o contador de visitas notei que vinham todas ao mesmo, procuravam algo peculiar na superfície de Marte. A história habitual de teorias de conspiração, e vestígios estranhos ligados a extraterrestres. A princípio pensei que fosse a velha história da "face" em Cidónia. Mas não, tem tudo a ver com esta fotografia, tirada pelo veículo robotizado Espírito, 513 dias marcianos depois de aterrar na superfície do planeta, que eu aqui emoldurei de acordo com a época natalícia que atravessamos. [... ler mais]
Confesso que à primeira vista não vi nada de especial nesta imagem, e de certeza inúmeras pessoas que olharam para ela também não. É aí que entra em acção Eduardo Lucena, um brasileiro com atenção para os detalhes, que conseguiu ver na imagem algo que se assemelha a um crânio humano. Não se trata apenas de jogos de sombras, devo confessar que a parecença é clara. Eis uma ampliação do canto inferior esquerdo da imagem:

Enfim, Eduardo Lucena encontrou uma pedra que se parece com um crânio, uma curiosidade, mas que para mim não tem para já nada de especial, é apenas uma pedra. Só que para muito boa gente esta é a prova de uma sinistra manobra de desinformação feita pela NASA. Notem por exemplo o aspecto "limpo" da imagem à direita e ligeiramente acima do "crânio marciano". Encontrei uma série de locais na internet que asseguram que se trata do trabalho de programas de tratamento de imagens para encobrir vestígios de algo mais importante. Vou poupar-vos aos detalhes, aos interessados bastará um pouco de pesquisa na internet. Quem quiser construir a sua própria teoria da conspiração já sabe, só tem que olhar com atenção para as imagens dos rovers em Marte. De certeza que este não será o único "crânio" a juncar a paisagem.

Ficha técnica
Imagem obtida a partir desta página da NASA.

2 comentários:

Jorge Candeias disse...

Acho absolutamente deprimente que haja tanto pateta a embarcar nestas tretas. Eu, que passei a infância inteira a descortinar cavalos, ursos e outros desenhos nas nuvens, que moro num litoral rochoso cheio de penedos com formas peculiares (temos uma esfinge, embora a erosão lhe tenha feito perder a cabeça; tivemos um beijo de dois ursos que entretanto se divorciaram e caíram cada um para seu lado...), sei perfeitamente como os elementos naturais podem ser ilusórios, ajudados pela capacidade do cérebro humano em reconhecer padrões, muitas vezes, onde nenhum padrão existe. Não percebo que falta a esta gente para não serem capazes de compreender essa qualidade ilusória de alguns fenómenos. Não terão olhado para as nuvens em crianças? Terão vivido a vida inteira encafuados na regularidade geométrica duma cidade? Para mim, o verdadeiro mistério que envolve toda esta patetice de caras em Marte e noutros locais é esse, não os calhaus. Estes são obviamente apenas rocha, ainda que por vezes pareçam outras coisas. Tal como as nuvens que via em criança nunca passaram de gotículas de água em suspensão.

Douglas Adamoski Meira disse...

Vida microscópica em marte pode existir ou pode ter existido.

Agora, um crânio lá. Um crânio tipicamente de um primata?

Bem, é achar pêlo em ovo.