quinta-feira, dezembro 07, 2006

Uma Oportunidade da Terra a Marte: descida incandescente

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Deixei na última contribuição a sonda espacial que carregava o rover Oportunidade prestes a entrar na atmosfera em Marte. Depois de meses a navegar tranquilamente pelo espaço, o destino da sonda ia precipitar-se numa questão de minutos, seis para ser mais exacto. Primeiro que tudo a sonda orientou-se com a face cónica mais externa, o escudo térmico, na direcção do movimento de entrada. Em seguida largou mais de metade da sua massa: o cilindro que a tinha acompanhado até aí não iria seguir o rover no processo de descida. Para pousar na superfície de Marte a sonda tinha agora que abrandar de quase 20,000 km por hora para zero km por hora. Grande parte dessa desaceleração teria que ser conseguida através da fricção com a atmosfera. Seria escondida atrás do seu escudo térmico, aninhada numa câmera protectora, que a Oportunidade faria uma incursão meteórica pela atmosfera marciana. [... ler mais]

Durante a descida as temperaturas no exterior do escudo ultrapassaram os 1,000 graus centígrados, mas o rover estava seguro e protegido. Qualquer falha no material ou na orientação e o pequeno veículo robotizado teria sido grelhado antes de chegar ao solo.

O módulo de descida encetou assim uma vertiginosa e rapidíssima queda livre, usando a fricção com a atmosfera como um travão, até chegar a cerca de 1,500 km por hora, a cerca de 10 km de altitude. Abriu-se então o pára-quedas supersónico, feito de polyester e nylon e inicou-se a fase seguinte da aproximação ao solo.

Cerca de 20 segundos após a abertura do pára-quedas a missão do escudo térmico estava terminada e ele separou-se do módulo de aterragem.

A aventura da descida continua numa outra contribuição. Mas antes disso, na contribuição que se segue, mostro uma visão do espaço dos vestígios desta entrada escaldante na atmosfera.

Ficha técnica
Imagens e inspiração para o texto a partir das páginas da NASA sobre os rovers marcianos.

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